51 3690 4143
Nesta sexta-feira, 8, as doações para as vítimas da chuvarada continuaram durante todo o dia, no Palacinho da Praça da Bandeira. E conforme a solicitação dos prefeitos das regiões atendidas, colchões, produtos de higiene pessoal e de limpeza chegaram em maior número que nos dias anteriores.
De acordo com a Secretaria de Desenvolvimento Social, seis caminhões foram preenchidos com donativos e enviados para os municípios de Venâncio Aires e Estrela. Entre os produtos estavam colchões, alimentos, produtos e limpeza e agasalhos.
Neste sábado, 9, no período entre 8h e 18h, o Palacinho da Praça da Bandeira continuará aberto para receber mais doações. As principais necessidades, no momento, são produtos de limpeza, como vassouras, rodos, pás, baldes, e de higiene pessoal, como escova e pasta dental, sabonete, esponjas, shampoo, condicionador, entre outros.
Nesta quinta-feira, 65 voluntários foram para o Vale do Taquari, para auxiliar na limpeza das residências. Confira o relato de duas santa-cruzenses que estiveram no município de Encantado durante todo o dia.
Enfermeira Jocelaine Vedoin Cassepp
“Trabalhei em um bairro com várias casas destruídas. Muita lama, barro dentro das casas. Não sobrou nada dentro das casas. Passamos o dia retirando restos de móveis de dentro das casas, geladeiras, e muito, muito barro e entulho pelo pátio. As pessoas continuam sem energia e sem água. A população de lá está recebendo marmitas, cestas básicas e material de higiene pessoal. Muitos moradores chorando porque perderam tudo. Uma senhora contou que continua com um irmão desaparecido.
Em outra casa, o morador estava junto com o filho de oito anos. Ele tinha guardado um dinheiro para este filho, e no meio dos entulhos, quando estávamos retirando da casa, encontramos o dinheiro. Foi um momento raro de felicidade”
Nutricionista Simone Zilch
"Trabalhamos na casa de um senhor chamado Luiz. Foi difícil fazer a limpeza porque a água chega com pouco volume nas torneiras. No dia da enchente, ele disse que não morreu por pouco. Ele, a esposa e dois filhos ficaram uma noite e quase um dia inteiro por cima dos móveis. A água chegou a 1,80 de altura dentro de casa. A lado da dele, mora a família da filha. A filha, inclusive, estava lavando a geladeira, na esperança de que, quando voltar a luz, a geladeira possa voltar a funcionar.
A casa do seu Luiz era verde, e ele contou que tinha pintado há pouco tempo. Inclusive, os móveis ele tinha comprado novos há pouco tempo. E não sobrou nada, foi tudo para o lixo. A família está indo dormir a sete quilômetros de distância, perto da casa de familiares que moram próximo do Cristo Protetor. Seu Luiz trabalha na construção civil e é ex-metalúrgico"